Viajando com seu bichinho de estimação
1- Quais são as exigências das companhias aéreas
para transportar cães, gatos ou pássaros?
Animais só embarcam para outras cidades do Brasil se tiverem a Guia de
Transporte Animal, GTA, emitida por veterinários credenciados pelas secretarias
estaduais de Agricultura, que cobram cerca de 30 reais pelo serviço. A GTA vale
por sete dias e serve apenas para um sentido da viagem - isso porque especifica
os pontos de partida e de chegada. Assim, na volta será necessário
providenciar outra guia. Para saber quais médicos podem assinar esse documento,
entre em contato com a secretaria de cada Estado. Na viagem para o exterior,
deve-se apresentar o Certificado Zoossanitário Internacional, CZI, emitido
gratuitamente pelo Ministério da Agricultura. O CZI pode ser retirado no
aeroporto, antes do embarque, ou na sede do Ministério da Agricultura de cada
Estado. A validade é de oito dias. Tanto em viagens nacionais como para o
exterior, o cão ou gato tem de ter atestado de saúde e comprovante de vacinação.
Aves silvestres dependem ainda de uma permissão do Ibama. Certos países, como
Itália e Alemanha, exigem uma autorização específica, tirada na embaixada ou
no consulado - verifique antes de viajar. Algumas companhias limitam o número
de animais por vôo. Por isso, faça a reserva com pelo menos 48 horas de
antecedência. Há empresas, como a TAM, que só permitem que o animal viaje
sedado. Mas nem pense em medicá-lo por conta própria. O tranqüilizante só
deve ser prescrito por um médico veterinário.
2 - Nas viagens de avião posso levar meu mascote junto
comigo, na cabine?
Algumas companhias, como a Vasp, não aceitam animais na cabine. Outras, como a
United Airlines, só permitem que eles viajem junto aos passageiros. Mas a regra
geral é a seguinte: se seu bichinho de estimação couber numa caixa de 55 centímetros
de comprimento por 40 de altura e 20 de largura, ele poderá ir com você na
cabine, acomodado embaixo da poltrona (as medidas variam em cada companhia). Já
os animais maiores viajam no porão do avião. Nesse caso, é preciso colar
etiqueta na caixa de transporte, com os dados do animal e do proprietário. Para
levar seu bichinho na cabine, você terá de pagar uma taxa equivalente à
cobrada pelo excesso de bagagem - mesmo que o peso do animal, somado ao de suas
malas, fique dentro do limite estabelecido pela empresa. Esse adicional
corresponde a 1% da tarifa cheia para cada quilo do animal. Se ele viajar no porão,
a taxa nos vôos internacionais fica em torno de 100 dólares.
3 - O que fazer para garantir um vôo confortável para
o meu cachorrinho?
Escolha com cuidado a data e o horário do vôo. Os meses de verão e inverno são
inconvenientes para animais que tenham de viajar no porão - algumas companhias,
como a American Airlines, nem transportam animais de maio a setembro. Nesse
caso, se a temperatura na cidade de origem ou na de destino estiver abaixo de 7
graus ou acima de 30 graus , é melhor desistir do vôo. Nos dias mais quentes,
viaje à noite; nos mais frios, prefira os vôos diurnos. Certas raças de cães
(buldogue, boxer, chow chow, lhasa apso, pequinês) e gatos (persa, e himalaio)
são mais sensíveis ao ar rarefeito da cabine. Opte por vôos diretos, sem
escalas. E nem pense em entrar no avião com um bicho escondido - como fez certa
passageira que trouxe do Recife para São Paulo doze guaiamuns vivos na sacola.
Os pequenos crustáceos escaparam e deram uma trabalheira e tanto para ser
resgatados. Fora o susto que provocaram.
4 - A quarentena é aplicada em todos os países?
Não, apenas em alguns - aqueles com baixos índices de doenças contagiosas. Os
países que impõem mais restrições são Inglaterra, Austrália, Nova Zelândia
e África do Sul, que exigem que o animal, mesmo vacinado, seja isolado. Cães e
gatos são confinados no aeroporto e liberados depois de um período que varia
de um a seis meses. Verifique as regras de cada país antes de viajar, para
evitar decepções. A Inglaterra, por exemplo, proíbe a entrada de cães fila
brasileiros. E o Havaí estipula quarentena de até 120 dias.
5 - Posso levar meu bichinho de estimação num
cruzeiro?
Só em alguns casos, mas sem poder desfrutar da companhia dele. A maioria das
companhias de cruzeiro simplesmente proíbe animais a bordo, abrindo exceção só
para os que servem de guias para deficientes visuais. Os poucos navios que
permitem bichos impõem a condição de mantê-los confinados. É o caso do
Queen Elizabeth 2, que faz roteiros de volta ao mundo e pelos Estados Unidos e
Europa. Nesse transatlântico de luxo há alas separadas para cães, gatos e pássaros
e os donos podem visitá-los - mas jamais sair para passear com eles. Funcionários
cuidam da alimentação e do banho e a taxa para o transporte é de 500 dólares
para cães, 300 para gatos e 200 dólares para aves.
6 - Que providências preciso tomar numa viagem de
carro?
Nas viagens de carro também é preciso levar a GTA, um atestado de saúde e a
ficha de vacinação (em dia) do seu animal de estimação. Procure pegar a
estrada no começo da manhã ou à noitinha, quando a temperatura é mais
fresca. Se seu animal não estiver habituado à estrada, faça alguns passeios
de carro antes, para acostumá-lo. Ele deve ir no banco traseiro, dentro de uma
caixa ou atado por um cinto de segurança especial, vendido em pet shop. Em hipótese
alguma deixe seu cachorro viajar no colo do motorista ou debruçado na janela -
é muito perigoso. Também nunca o deixe sozinho no carro, mesmo que seja por
pouco tempo. E não tenha pressa: faça paradas a cada hora, para que ele possa
se movimentar, beber água e fazer as necessidades. Se for viajar com um pássaro,
mantenha o ar-condicionado desligado e cubra a gaiola para que ele não se
assuste com o movimento. Peixes devem ser transportados em recipientes plásticos
não muito grandes (use a água do aquário), tampados e apoiados numa embalagem
firme, para que não balancem muito. E abra a tampa a cada quatro horas, para
renovar o oxigênio.
7 - Os ônibus brasileiros aceitam passageiros
acompanhados de animais ?
Boa parte das empresas rodoviárias aceita cães e gatos de pequeno porte, desde
que eles tenham a GTA e viajem em caixas adequadas. É preciso provar, ainda,
que o bichinho está com a vacinação em dia e mostrar o atestado de saúde
assinado por um veterinário. Algumas companhias exigem que o animal vá no
bagageiro, para não incomodar os outros passageiros. E as que permitem que o
bichano ou totó viaje ao lado do dono impõem a condição de que ele só saia
da caixa durante as paradas. As empresas não cobram nenhuma taxa adicional pelo
serviço.
8 - Posso andar de trem no exterior com meu pet?
Os trens europeus, em geral, aceitam animais de estimação. Os pequenos, de até
5 quilos, podem ficar em caixas, no vagão dos passageiros, gratuitamente. Os
maiores devem usar coleiras e focinheiras. A taxa corresponde à metade do
bilhete da segunda classe. Já a Amtrak, dos Estados Unidos, só permite cães
que acompanhem deficientes visuais, enquanto a VIA Rail, do Canadá, transporta
animais no vagão de carga, acomodados em caixas ou gaiolas. As taxas variam de
10 a 40 dólares, conforme o tamanho do mascote.
9 -E a bagagem? O que devo levar?
Vale a pena levar tudo o que puder diminuir o stress do seu bichinho por estar
longe de casa. Isso inclui a ração dele, potes de água e comida, petiscos,
cobertor, paninhos, cama, brinquedos favoritos, escova para os pêlos, remédios
e kit de primeiros-socorros. No caso dos cães, leve guia, focinheira, coleira e
saquinhos plásticos para recolher o cocô. Para os gatos, não se esqueça do
recipiente com o preparado sanitário e de jornais para forrar o chão.
10 -Ele vai agüentar ficar horas fechado numa caixa?
Treine seu animal para que ele vá se acostumando. Você pode estimulá-lo colocando
alguma comida ou brinquedo no interior da caixa. Então, pouco a pouco, deixe-o
fechado por alguns minutos. Repita a operação, aumentando o tempo de permanência.
Se conseguir que ele durma na caixa, será melhor ainda. Escolha uma caixa resistente
e ventilada, com espaço suficiente para que ele dê um giro de 360 graus. Mas não
exagere no tamanho, para que seu pet não se machuque numa turbulência ou no embarque
e desembarque. Para deixar a caixa mais confortável, forre o interior com
panos, jornais ou algum outro material absorvente. Procure exercitá-lo antes da
viagem - ele ficará cansado e menos agitado durante o trajeto, podendo até
mesmo dormir. O empresário José Orlando Fernandes tem um truque para garantir
a tranqüilidade de suas cadelinhas bassê nas viagens de avião: "Enrolo
as duas em algumas peças de roupa usada, para que elas sintam meu cheiro durante
o vôo". "Também coloco um relógio embalado dentro da caixa, porque
o tic-tac segue o ritmo do batimento cardíaco e diminui a ansiedade
delas", explica.
11 -O que faço se perder meu mascote numa cidade
estranha?
Não deixe o tempo passar. Entre logo em contato com os órgãos públicos de
controle de zoonose, as entidades de proteção aos animais e os veterinários
localizados num raio de até 100 quilômetros da região em que ele desapareceu.
Espalhe cartazes com a descrição do animal e o telefone do seu hotel. O ideal
é ter sempre à mão uma foto do seu mascote, para poder copiá-la e exibi-la
para as pessoas. Para aumentar as chances de resgatar o bicho fujão,
identifique-o com uma medalha em que conste seu endereço permanente, além do
nome e telefone do seu hotel em cada cidade. Considere, ainda, a idéia de
implantar um microchip no seu animal. Ele é do tamanho de um grão de arroz e
é aplicado sob a pele através de uma seringa, numa operação indolor - e
barata. O microchip custa cerca de 25 reais. Consulte um veterinário a
respeito.
12 - Que alimentação devo dar a meu animalzinho
durante a viagem?
Mesmo que seu animal seja guloso como o Garfield, o ideal é oferecer a ele uma
alimentação leve (de preferência, ração) cerca de quatro horas antes da
partida. Se ele for viajar num avião, suspenda qualquer refeição pesada nas
doze horas anteriores ao vôo. Coloque pedras de gelo grandes na caixa de
transporte, para que ele vá bebendo água aos poucos. Não se preocupe com a
alimentação durante o trajeto - ao contrário do que muita gente pensa, cães
agüentam até dez horas sem água e comida. Se a viagem for de carro, dê
comida a seu animal de estimação três horas antes com um terço da quantidade
que ele costuma ingerir. E só o alimente de novo cerca de duas horas depois da
chegada, porque o stress da viagem pode causar alguma indisposição.
13 - Que cuidados devo tomar para evitar que ele fique
doente nas férias?
Faça um check-up antes da viagem - animais saudáveis resistem mais a infecções.
Na praia, evite passear com seu cão na areia. Ele pode pegar micose, que
provoca falhas no pêlo, coceira e lesões na pele. Se seu cachorro mergulhar no
mar, dê-lhe um banho e seque bem os ouvidos, para evitar otite. E você sabia
que os animais também podem ficar queimados de sol? Evite esse desconforto
deixando-o na sombra nos horários mais quentes e mantendo-o sempre bem
hidratado. No campo, os mascotes correm o risco de serem picados por insetos.
Aplique remédio contra pulgas e carrapatos e examine o pêlo todos os dias.
Leve também água mineral para evitar que animais de estômago sensível fiquem
com diarréia. Misture com a água do local visitado, até ele se acostumar.
14 - Em quais hotéis meu pet será tratado como rei?
No Brasil, os poucos hotéis estruturados para receber (bem) os animais estão
listados no site www.focinhos.com.br.
Um dos mais bacanas deles é o Sete Voltas (www.setevoltashotel.com.br), em
Itatiba, SP, que tem alojamentos com tratadores. Já no exterior não falta
mordomia. O hotel The
Pierre (? 001-212-838-8000), de Nova York, por exemplo, recebe os
bichos com biscoitos. E o Spa Las Ventanas (www.lasventanas.com),
no México, oferece até massagens para cães e gatos. Consulte os sites www.travelpets.com
e www.petswelcome.com.